sexta-feira, 4 de maio de 2007

5 Lisboa - Quarto dia: Visita a Sintra, e a ginginha


Visita a Sintra

Acordamos dispostos a retomar nossa caminhada pela manhã. Afinal essa é a nossa marca registrada – minha e de Elba- quando estamos nos exterior. Sempre, antes de tomar café, colocamos o tênis e fazemos à caminhada acelerada. Serve como um certo antídoto – muitas vezes insuficiente -, para os carbohidratos que iremos ingerir durante o dia, como também para mapearmos o terreno e sentir a cidade se acordar.

De vez em quando a gente entra em cada uma de lascar. Lembro-me quando em Buenos Aires, acordamos às 6 da manhã, Elba cheia de protetor solar, roupa de ginástica para o espanto do recepcionista do hotel que nos olhava como se fossemos ET’s. Fizemos o alongamento na calçada e estava tudo escuro ainda. Parecia três horas da madrugada em Recife. Não recuamos, partimos céleres para a Praça Gal San Martin, que fica no começo da Florida e nos danamos pelas ruas absolutamente vazias e escuras. Só na volta, lá pelas 7:30 foi que o dia chegou, e com ele o movimento de jornaleiros abrindo suas bancas de revista.

Bem, agora em Lisboa não tínhamos esse problema. Nos mandamos pela Av. Liberdade e saímos procurando ruas estreitas e ladeiras para nos enfronharmos nelas. O lugar não era tão bonito como o Parque, mas valeu a pena. Chegamos perto da entrada do Jardim Botânico, que pelo mapa pensei que fosse mais distante do nosso hotel. Como estava fechado, demos meia volta e nos dirigimos a praça do Rossio e depois para nosso hotel.

Fotos da caminhada aqui >>>


O café da manhã é simples , mas o atendimento do casal de idosos compensa. Todas as vezes que terminava o café ia até a copa pedir um pouco de gelo para a água, pois detesto água natural. Hoje, quando cheguei, logo assim que me sento, lá vem aquele senhor educado com a xícara cheia de gelo.

Considerando o enorme fluxo de turistas naquelas vinte e tantas mesas, todas ocupadas, num vai e vem incessante, esse gesto me sensibilizou.

Sintra

Nossa familiaridade com os trens e metrôs nos permitiu partir para Sintra de trem.

À medida que nos afastamos do Centro de Lisboa chega-se a uma periferia igual a de qualquer grande cidade. Ou seja, feia e de arquitetura repetitiva.

A cidade é fincada no meio de várias montanhas e suas atrações principais são: os castelos, que são dois – bem , há uma diferença hierárquica entre castelo e palácio que não vale a pena explicar aqui -, e o seu centro comercial com muitos artesanatos.

Pegamos um ônibus que nos leva ao tour dos palácios. O bicho vai acelerado por aquelas ruas estreitas e tome a subir. A gente em pé, espremido no meio de turistas do mundo inteiro, fica zonzo de tanta subida, numa ladeira em espiral que parece que não vai acabar nunca. Por baixo, são mais de vinte curvas subindo e subindo.

Me impressionou foi que quando estávamos já perto de chegar, lá vinha um ciclista no seu ritmo lento mas firme, tãin, tãin, tãin subindo aquela ladeira como se estivesse no quintal de sua casa. Eita cabra macho da gota!

Descemos finalmente em frente a um castelo onde já tinha uma fila de lascar de grande. È tudo muito bonito. Uma densa floresta e uma vista da cidade em baixo muito bonita, mas aquela fila não estava na nossa agenda.


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Quando você está com fome, com vontade de fazer xixi e esperando em uma fila lá em cima de uma montanha, você começa a pensar besteira. Foi aí que provoquei Antônio Carlos fazendo a comparação entre a noite desagradável lá na casa de fado, com aquela japonesa chata e a noite no La Moneda. Aí eu disse:

- Tonho, aquela japonesa cuspiu na sopa de vocês! Ela já estava arretada porque a gente não ia consumir nada além do courvert, Elba derrama vinho na toalha e Norma diz que a empregada dela faz uma sopa de caldo verde melhor, e ainda por cima pede para esquentá-la. Está muito claro que ela quando foi esquentar cuspiu na sopa de vocês.

Aí Tonho fez aquela cara, ficou pensativo e deu um sorriso amarelo.

A fila andava, eu esperava um pouco mais e soltava outra, olhando de lado com se estivesse comentando comigo mesmo:

- Ainda bem que minha sopa e a de Elba era de tomate e estava quente!

Aí ninguém se agüentou e caímos todos na risada.

- Você não notaram aquele riso malicioso no canto dos lábios dela, enquanto olhava vocês tomarem a sopa?


***


De imediato avaliamos e cancelamos a vista ao castelo. Ficamos apenas com a do palácio, que é maior e mais interessante.

Anda-se alguns metros para chegar até a entrada do Palácio. Lá tem as opções de você subir por uma ladeira, pelo meio da floresta, ou de subir de ônibus que fica circulando o tempo todo. Norma foi de ônibus e nós subimos a pé.

Lá dentro , descobrimos que tínhamos que enfrentar outra fila, apenas para garantir o fluxo normal de pessoas dentro do castelo.. ops palácio.

Tudo muito interessante e profissional. O palácio pertenceu a um rei, que era alemão e como tinha medo de ser assassinado, fez sua “humilde” moradia de férias bem longe do povo. Essa é minha versão rasteira para a forma erudita que me foi contada pelo guia, com nomes, datas e tudo mais.

Tudo está absolutamente preservado, louças, móveis, cristais etc... É como se tivessem congelado no tempo.

Os guias sempre muito atenciosos e bem informados.

Me chamou a atenção o quarto do rei, bem distante do da rainha. Até aí tudo bem, mas o estranho é que a rainha tinha um oficial de guarda particular cujo quarto é conjugado ao dela. Devia ser o seu personal alguma coisa daquela época.

Na descida ficamos um pouco no centro, onde comemos um delicioso sanduíche com cerveja. Após rápido passeio pelas lojas de artesanato, pegamos nosso rumo de volta a Lisboa.

Fotos de Sintra aqui >>>

Fotos de Tonho, clique na imagem abaixo:
Sintra - Fotos de Antônio Carlso Reinaux


A última noite em Lisboa.

Estava terminando o meu banho quando ouço um som forte e bonito, vindo lá de baixo da rua e entrando pela janela do meu banheiro. Era uma música cheia, primitiva e diferente de todo instrumento que eu tinha ouvido. Era muito bonito. Vou, ainda enrolado na toalha – lembro o frio era de 8 graus - para vê o que era. Lá embaixo eu vejo um cara tocando uma espécie de Xilofone primitivo, feito de madeira e cabaças. O músico, era um cara jovem e branco com cabelos cheios de dreadlocks, tipo rastafari.

Acordo Elba do descanso e digo-lhe que vou assistir o show do músico na rua, em frente ao hotel.

Como havíamos decididos a ficar apenas em nossa rua, pois viajaríamos amanhã, eu já estaria esperando a turma lá fora.

O músico é um rapaz chamado Dratso, é de Zurique e tocava bateria em uma banda de rock quando se apaixonou pelo instrumento, que é originário da África. Foi morar com uma família de Burkina Faso, um dos países mais pobres do mundo, que fica próximo ao Congo. As casas de lá têm uma arquitetura primitiva e são feitas de barro e estacas. Parecem casas de cupins. Pois bem, o Dratso viveu cerca de um ano com uma família só para aprender a tocar o instrumento.

No filme que gravei, vocês me ouvem conversando com um angolano que disse que em Angola tem muitos músicos que tocam o vibrafone, mas nunca tinha visto um músico com tanto talento como o do Dratso.

O filme de Dratso com seu vibrafone aqui >>>


Conversei bastante com ele, que era uma figura muito simpática e fazia da vida uma permanente perambulação pelo mundo.

Ficamos passeando pela rua , lá mais adiante o grupo da ginginha já começava a se formar. A ginguinha é boa, quente e barata, daí desocupados, estudantes e músicos serem seus principais usuários. Como tem muito turistas jovens, se cria aquele clima de paquera no ar.

Ao canto, encostado em uma parede, tocava sua clarineta um músico francês.

Elba começou a chiar com o frio e pediu para voltar para o hotel. No meio do caminho decidimos entrar em uma pizzaria. Foi uma surpresa. A pizzaria era enorme e muito boa. Fomos atendidos por um rapaz e uma moça, ambos brasileiros. Ele é de São Paulo e ela do interior de Curitiba.

Matamos nossa curiosidade sobre como é a vida deles aqui. O esquema, pelo menos dos dois, é muito interessante. São ilegais mas a pizzaria paga alojamento e dá comida fora o salário que fica na faixa de 700 euros, mais as gorjetas. A garota enviava quase tudo para a família no Brasil.

Ouço o som de Dratso lá fora, que a essa altura já estava perto da turma da ginginha. Deixo o grupo na pizzaria e vou até onde estão os músicos. Tudo muito animado, parecia um encontro de colegas. Tinha um japonês que tocava Tom Jobim no violão clássico, um angolano negro e desdentado que tocava seu tambor e outros. E eu no meio entrosado que só.


Fotos da noite, aqui >>>.

De repente uma pequena confusão. Um cara já cheio das ginjinhas cismou de mijar na rua. Deu azar e dois policiais o pegaram no flagra meeeesmo! O angolano, que quando sóbrio havia conversado comigo estava agora em uma situação deplorável: bêbado, a voz engrolando, cambaleante e ainda por cima com o pênis na mão. Quando ele se virou, esqueceu de parar de mijar.

Aí eu só ouvia o guarda puto gritando com aquela voz autoritária Termine aí mesmo!! Termine!!!

Demos boas gargalhadas ao longo da viagem relembrando desta cena.

Pronto aqui foi Lisboa. No outro dia partimos para Barcelona onde lá iríamos encontrar Guilherme, nosso filho que mora em Milwalkee, EUA e fazia quase dois anos que não nos víamos. Ele estava acompanhado de Gina e Brian, grandes amigos.

Guilherme iria passar um oito dias com a gente, nos deixando em Paris
.

Aguardem o blog de Barcelona.

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4 Lisboa - Terceiro dia:Augusta, Justa, Bairro Alto...


Rua Augusta, Elevador da Santa Justa, Bairro Alto.

Um pouco ressabiados da maratona do dia anterior, decidimos fazer algo bem light e sem muita pressa. Saímos do nosso hotel caminhando tranquilamente, vendo lojas, batendo pernas. Passamos a Praça do Rossio e descemos à bela Rua Augusta. Lá tem lojas de qualidade, muito gente nos cafés e alguns tipos interessantes como o rapaz que tocava acordeom sentado na rua com seu minúsculo cachorro. O gozado era que o cachorro, que carregava meia garrafa pet no pescoço a guisa de cofre para amealhar os trocados, uivava todas as vezes que o cara tocava certa nota no acordeom.

Ah! Sim , ia me esquecendo. Aqui todo mendigo, não são muitos, tem o seu cão. Na nossa rua tem um mendigo que fica o dia inteiro sentado na Igreja, com seus três cães e sua pereba na perna. Os cães dormem o dia todo, mas acho que cumprem o seu papel de sensibilizar o passante. Em Recife, as mendigas usam seus próprios filhos – ou emprestados de outros - para cumprirem essa missão.

A Rua Augusta tem dois imponentes arcos, um no início e outro no fim. Fico pensando sobre qual função de erigir algo tão sofisticado sem ter nenhuma função prática, nem sombra faz. Mas a realeza era assim mesmo, tinha mão de obra sobrando, a função era mesmo de ostentar sua riqueza, acho. Como a bengala, mais tarde, tinha a função de mostrar que não se usava as mãos para o trabalho, outros trabalhavam para você.

Bem, voltando da Rua Augusta nos deparamos com o Elevador da Santa Justa, uma construção antiga e muito bonita encravada no meio da principal área do comércio chique de Lisboa. Subimos e de lá curtimos uma vista interessante da cidade. O elevador nos leva a entrada do Bairro Alto.

E foi para lá que fomos, caminhando pelas ruas estreitas e cheias de ladeiras. Lá tem também uma concentração de casas de fado. Saímos por ali até o ponto mais alto da área. As mulheres param em uma loja de produtos indianos, onde Fabiana comprou um vestido, acho, enquanto nós, e Tonho, esperávamos pacientemente lá fora. E foi nessa espera que demos de cara com uma padaria belíssima, chamada a Catedral do Pão.

Convencemos o grupo a tomar um café só para sentir o clima do local. Quando fomos pagar a conta, perguntei ao senhor do caixa há quantos anos ela havia sido fundada. Ele muito tranquilamente, como se não fosse nada demais, respondeu: 200 anos.

É essa estranha longevidade das coisas na Europa que me fascina.

Pegamos um ônibus e descemos até o Largo do Chiado, de onde pegaríamos o metrô que nos levaria a parte moderna da cidade, no caso o Parque onde houve a exposição internacional de comércio. Lá além do belo Shopping Vasco da Gama, tem um dos maiores aquários da Europa.

Fotos do passeio Augusta e Bairro Alto. Aqui >>>
Novas fotos!!!!! Fotos de Antônio Carlos. Para vê-las basta clicar na imagem abaixo.

O Vasco da Gama

O metrô do Largo Chiado impressiona pela sua profundidade em relação ao nível que se está, logo na frente da A Brasileira. São vários lances de escadas rolantes rumo ao fundo da terra. É de se tirar o chapéu pela obra de engenharia embaixo de um bairro histórico, onde toda janela tem seus belos azulejos seculares. Pois bem, diferente de outras engenharias, os metrôs daqui não engole ruas e pessoas como o de São Paulo.

Aqui nem um azulejo rachou.

Shopping é igual em todo canto do mundo, tirando algumas variações na arquitetura, o resto é o mesmo ritmo de griffes e pessoas .

A frente do Vasco da Gama sim, é um belo passeio. Uma vasta área que nos leva ao Centro de Convenções, e ao Aquário. Tudo margeando o Rio Tejo, enorme com suas belas e extensas pontes. Fomos caminhando por ali até encontrarmos um local agradável para tomar nossa cerveja com o amendoim que trouxéramos na mochila. Uma beleza! Gaivotas, pessoas passeando e um vista arretada do Tejo.

A cerveja, o amendoim e principalmente a parada relaxante em uma cadeira de bar foi suficiente para nós. Decidimos não ir até ao aquário, que estava poucos metros do bar.

Pagar para vê tubarão enjaulado, não estava no nosso programa. Afinal, temos tubarão vivo e comendo turistas em Boa Viagem. E de grátis!

De volta para casa, paramos lá no Rossio para tomarmos a famosa Ginginha, um licor delicioso de uma fruta local. Bom, mas se o cara avançar fica bêbado.

Aliás foi o que aconteceu com um colega angolano que estava na frente do nosso hotel assistindo a extraordinária apresentação de Dratso, o suíço que morou em Burkina Faso só para aprender a tocar o vibrafone...bem, mas isso só vai acontecer amanhã, no nosso quarto dia em Lisboa.

Fotos do Vasco da Gama Aqui >>>

Filme do nosso lanche no hotel aqui >>>


O La Moneda

O dia tinha sido muito bom, nada muito cansativo e no ritmo normal como deve ser. Norma externa o desejo de comer algo diferente, então fui nas nossas revistas, que havia xerocado em uma apostila e achei o Restaurante La Moneda, que fica na rua Moneda, lá pelas bandas do cais.
Elba lembrou que o cais havia sido revitalizado e que essa era uma área cheia de bares, boates e muita animação. Reservamos o La Moneda para às 10:30 e decidimos ir caminhando até as docas restauradas e depois voltaríamos para nosso restaurante.

A ida de metrô, pois já temos total controle da situação e era ainda cedo. Chegamos no La Moneda, realmente é um restaurante tipo o Matita Perê, de Recife. Não é ambiente para turista, é local de gente de bom gosto e “cabeça”, que está atrás de uma boa comida cercada de gente agradável.

Confirmado o local, fomos caminhando para as docas. Caminhando, caminhando, caminhando... e tome ruas esquisitas e feias, sem ninguém por elas. Nem táxi passava. Eu pensei logo: pronto o dia tinha sido tão bom, e logo agora essa roubada para estragar tudo. O frio, as ruas e nada de chegar em um local que indicasse animação. Ah! Um cara estacionou o carro, vamos lá perguntar a ele. O gajo disse – Estão pertos, mais uns 400 metros e chegam lá, ok, se é assim, vamos em frente. Passaram-se os 400, 600 e 800 metros e nada. Aquele português filho da puta está se vingando da gente pelas piadas que contamos deles no Brasil. A sorte foi que mais adiante havia uma recepcionista de uma boate e, quando perguntei ela disse que teríamos que andar por mais ainda uns 2 quilômetros.

Jogamos a toalha e demos meia volta, na tentativa de salvar a noite.

Chegando ao restaurante, um outro inconveniente que foi resolvido de forma extremamente gentil. Tinha havido uma vernissage de uma artista plástica russa e a galera que foi para a exposição decidira esticar um pouco mais, portanto, nossa mesa estava ainda ocupada. A dona, que é também atendente e bar women, nos ofereceu um coquetel para esperamos. Foi muito bom, era uma espécie de ponche com vinho branco. Gostoso que só.
Ficamos ali curtindo o ambiente por uns vinte minutos até que o cheff Leonardo, e dono do restaurante veio até nós, e cheio de desculpas nos atendeu de forma privilegiada. Resultado: foi nossa melhor noite em Portugal. Depois o cheff vem até a nossa mesa e passamos a conversar boa parte da noite. Ele, muito a vontade, pegou sua dose de whisky e ficou com a gente, como se fossemos amigos de longa data.

Descobri que era chileno e que havia morado na Finlândia e em Moçambique. Sua mãe era do partido comunista chileno quando derrubaram Allende. Seu pai era engenheiro e ficou dois anos na cadeia, até que solto, conseguiu asilo na embaixada da Finlândia. A mãe, uma idealista, trabalha até hoje em Moçambique em uma ONG. Narrei-lhe a minha viagem ao Chile, poucos anos depois do golpe militar, o que acendeu ainda mais sua curiosidade em aprofundar o papo.

Destaquei para ela importância do Governo Allende para a grande maioria de intelectuais e ativistas políticos brasileiros, os quais depois do Golpe Militar de 64 e do AI-5 em 68, foram acolhidos pelo Chile. Dentre eles, os ilustres Fernando Henrique Cardoso, José Serra e outros.


Era esse seu segundo restaurante e ela contou de forma engraçada como chegou ao nome. Reunidos com o irmão, que é seu sócio, e a esposa foram fazer um brainstrom para se achar o melhor nome. Só depois de muito trabalho foi que caiu a ficha: a Rua Moneda, assim mesmo em espanhol, era o mesmo nome do Palácio do Governo do Chile -La Moneda -, onde Allende foi metralhando. E aí ficou La Moneda. O restaurante leva um nome que é um significante importante para a vida do dono.

Voltamos de Táxi, felizes da vida por termos acertado uma programação fora do roteiro turístico, preço justo e tudo agradável.

Leonardo, pelo tratamento gentil e informal, nos deixara encantados.



Estávamos tão realizados que nem a notícia de que o elevador do hotel estava quebrado, nos incomodou. Subimos os cinco andares lépidos e fagueiros.

Para amanhã, nosso último dia antes de embarcarmos para Barcelona, estava reservado para a viagem até Sintra.


Fotos da noite aqui >>>


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quinta-feira, 3 de maio de 2007

3 Lisboa - Segundo dia : a maratona


Caminhada de João e Elba até o Parque Eduardo VII

Abrimos o dia, eu e Elba, saindo num frio de 10 graus para caminhar até o Parque Eduardo VII. Somos cobra em identificar áreas verdes nos mapas.

Subimos a nossa rua, num frio arretado, mas também com um nível de excitação e curiosidade enorme. Elba, como sempre, vai na frente, pois o ritmo natural dela é acelerado. Eu, um pouco mais atrás mas firme e forte (cof.....cof).

Nos surpreendeu a ausência de pessoas no parque. Só encontramos um pequeno grupo de japoneses fazendo Tai-chi-chuan , uma mulher passeando com um cão e mais nada. O Parque é grande e cheio de elevações, saímos andando por todo ele. Depois de 30 minutos andando acelerado, sua mãos já começam a aquecer e aí fica tudo muito agradável.

Elba, havia sonhado com essa viagem por anos e foi pelo menos um ano ou mais de planejamento, poupança, incertezas e determinação. Dezenas de revistas lidas, sites visitados, dicas com colegas e tudo mais.

Deu para perceber que o nosso ritmo era de quem queria sorver com intensidade aqueles momentos.

Chegamos no Hotel, descendo pela Avenida Liberdade e fomos direto para o café, onde lá já estavam Tonho, Fabiana e Norma.

O café é simplesinho, mas dá para quebrar um galho. Atendia-nos um casal idoso e muito atencioso. Aliás, o atendimento na recepção é excelente. O Antônio e o Carlos, dois gajos com seus 35 -40 anos, eram extremamente atenciosos e brincalhões. O Antônio me pegou numa logo assim que cheguei. Como estava chovendo eu perguntei:

- Você acha que amanhã vai ter sol?

E ele na bucha;

- Mas aqui em Lisboa tem sempre sol, o que acontece é que em alguns dias ficam nuvens entre o sol e Lisboa.

Caímos todos na risada.

Quando fazíamos uma pergunta sobre como ir a algum lugar ele tirava um mapa e nos explicava detalhadamente, só parando quando tinha a certeza de que havíamos compreendido. Houve um momento que, no meio de uma explicação, chegou um casal americano que estava de saída do hotel, e Carlos ficou imperturbável, terminando a explicação. Achei muito interessante aquele profissionalismo.


O Castelo de São Jorge.

Nosso passeio começou pegando o ônibus na Praça da Figueira, a poucos metros do nosso hotel, para irmos ao Castelo de São Jorge, imponente construção, que olha, dia e noite, o centro de Lisboa. Dava para vê-lo da janela do meu apartamento. Tirei tanta foto dele que gastou um pouco as muralhas.

O lugar é realmente privilegiado para se vê Lisboa. Andamos, sem pressa, curtindo o momento. O clima de 17-18 graus estava agradável com o sol aberto.

Norma firme e forte, não abria para escadaria nenhuma. Houve uma escada, entretanto, que é uma espécie de armadilha para turista. Depois de andarmos todo o Castelo, já quando estamos voltando, há uma bela e enorme escada de pedras nos convidando para descer. Imaginávamos que, como todos os caminhos do castelo, lá embaixo derivaria para a saída. Quando estávamos já no final dela Fabiana percebe que não há saída, ou melhor há mais subindo de volta centenas de degraus. Paramos no meio para descansar e tomar água e nos mandamos de volta.

Tendo dado por visto o Castelo de São Jorge, que é uma visita obrigatória em Lisboa, tomamos um sorvete, um bolo de bacalhau e uma cerveja e saímos caminhando pelas ruelas para a Feira da Ladra , uma atração que só acontece nas terças e o livro recomendara a visita.

Veja as fotos do Castelo aqui >>>
Vista de Lisboa aqui>>>
Veja os filmes do Castelo:
Filme 1 aqui >>>
Filme 2 aqui >>>
Filme 3 aqui >>>
Filme 4 aqui >>>
Filme 5 aqui>>>

Se tiver saco, e gostar muito de fotos, veja o meu ensaio fotográfico, realizado da janela do meu apartamento, sobre o Castelo e sua vizinhança.
Fotos aqui >>>


Novas fotos de Tonho do Castelo , clique na imagem abaixo:

Castelo Sao Jorge - Fotos de Antônio Carlos Reinaux


A Feira da Ladra.

È uma espécie de feira do troca-troca com muitas coisas fracas, mas algum artesanato bom, e ainda uma área de livros raros, que é o que a salva. Mas a grande maioria é roupa usada, tomada de ferro, chave velha, aro de tampa de penico e por aí vai.

Veja os filmes da Feira

Filme 1 aqui >>
Filme 2 aqui >>>

O melhor que eu achei da Feira foi tomar o bonde para sair dela e irmos até a Praça do Comércio para de lá pegarmos o 15, era esse o número do ônibus que nos levaria até Belém.

O passeio no bonde é arretado, pequenininho mas funciona que é uma beleza. Vejam o vídeo abaixo.

Vídeo Bonde Feira da Ladra aqui >>>

Veja as fotos da Feira aqui >>

Fotos de Tonho da Feira da Ladra, clique na imagem abaixo:

Feira da Ladra, Lisboa - Fotos de Antônio Carlos Reinaux


Belém

É uma bela cidade vizinha de Lisboa, colada mesmo. Lá tem o imponente Mosteiro dos Jerônimos, a Torre de Belém, um Centro Cultural enorme, que depois soube, foi construído quando Portugal tinha um representante como presidente do Parlamento Europeu.

Não posso deixar de citar os famosos pastéis de Belém, que é feito a Mona Lisa, num tem a mínima importância dentro do contexto da cidade como um todo, mas tem um marketing de lascar e aí já viu, a turistada corre toda para lá.

Bem, iniciamos pelo Mosteiro dos Jerônimos que é algo impressionante pela beleza interna dele.

Veja as fotos dos Jerônimos aqui>>>.


Fotos de Tonho do Jerônimos, clique na imagem abaixo:

Mosteiro dos Jerronimos - Fotos Antônio Carlos Reinaux


Na saída havia uma moça em uma barraca para dar informação a turistas. Eu não sei se ela havia brigado com o namorado ou se tinham passado à mão no pastel de Belém dela, só sei que estava com um mau humor arretado. Resultado: por conta de uma má informação andamos mais do que devíamos. Nossa sorte foi uma velhinha que vinha na direção contrária e nos orientou. Tínhamos que voltar e passar por baixo de um túnel para chegar até o monumento dos descobridores e de lá pegar a reta para a Torre de Belém.

A essa altura, em decorrência do cansaço e da fome, eu já estava começando a ficar de mau humor, pois um bolinho de bacalhau não é coisa que sustente sujeito nenhum, muito menos um cara avantajado e guloso como eu. Mas, vamos em frente, estamos em grupo e não podemos atrapalhar o astral dos outros. Afinal a velhinha já nos havia dado a direção certa e em pouco tempo estaríamos na Torre de Belém. Há! Se pelo menos lá fizessem os danados dos pasteis?? Mas o quê! Os pasteis era bem no começo, um pouco antes do Mosteiro dos Jerônimos, ou seja teríamos que andar tudo de volta para chegar até eles.

Finalmente chegamos na beira do Rio, logo embaixo do belo monumento dos descobridores, tudo muito bonito. O sol refletindo-se no rio, que de tão largo parece um mar, formava uma cenário ideal para se tirar boas fotos. E foi o que fiz, andamos na direção da torre, do lado esquerdo o rio e do lado direto vários barcos ancorados. E nós ali no meio daquele calçadão.

A fome até que se aquietou, pois afinal a Torre de Belém estava quase ali na nossa frente. Quando faltavam alguns metros para chegarmos até ela ... outra surpresa: só poderíamos passar daquele ponto nadando, pois entre nós e a torre havia um canal artificial por onde os barcos entravam e saiam para o rio.

Teríamos que, mais uma vez, voltar todo percurso que andamos, fazer a volta por uma avenida paralela ao calçadão para chegar até a Torre. A essa altura eu já queria desistir da Torre e ir embora de tão irritado e cansado que estava. Mas o grupo firme e forte, NÃO!!!! Já que estamos aqui não podemos deixar de ir até lá.

Quando estamos chegando, na vera mesmo, vejo uma lanchonete e proponho de imediato um lanche antes de chegarmos a Torre. Fui voto vencido. - Eu quero comer meu pastel, dizia um, - Tu só pensas em comer! Dizia outro. Parecia que havia um complô contra mim.

O dia de ontem tinha havido almoço com vinho e despesas com bebida a noite. Elba fizera a projeção e alertara que não poderíamos manter o ritmo de gasto com alimentação do primeiro dia. Como o grupo tem um fundo, que é diariamente alimentado por todos, uma simples decisão de fazer uma lanche tem que passar pela a aprovação do conselho monetário. É mais ou menos como o centralismo democrático implantado por Lênin e copiado pelos partidos comunistas do mundo inteiro.

Esse fundo é um sucesso. Muito prático e funcional, recomendo a todos os grupos viajantes que o pratiquem. Tem apenas certos inconvenientes, mas assim como na vida, nada é perfeito.

Agüentei o tranco e fomos em frente, sem entretanto deixar de presenciar a derrocada de uma das integrantes do grupo. Norma decidira ficar descansando no gramado, há poucos metros da Torre. Desmaiou de cansada e caiu no sono.

Fotos da Torre aqui >>>>

Pronto. Torre visitada, ânimo redobrado, partida célere em direção aos Pastéis de Belém. No meio do caminho encontramos um Pingo Doce, mercado onde sabíamos que era o local para comprar vinho, pão e queijo para nosso lanche... Calma, o lanche é para quando chegássemos em Lisboa. Arra! Estavas pensando que era pra comer agora?!!!

Comprou-se amendoim, que é sabidamente conhecido como uma substância nutritiva e passadora de fome. Foi saindo do bompreço deles lá, e fui logo rasgando o pacote de amendoim, enchi a mão e meti na boca. O bicho era misturado com pimenta, ruim de doer, mas foi o que salvou a barra.

Os famosos pasteis

Tinha umas mil e quinhentas ( que é conta de mentiroso) pessoas no balcão . Todas as mesas entupidas de turistas. Ou seja, se achasse um espaço disputado à tapa no balcão você era um felizardo. Achei! Pronto fiz uma âncora com o meu braço e lá fiquei fincado no balcão esperando a decisão do conselho monetário. Me passaram o dinheiro, comprei os pastéis e água para todos.

Lá no balcão mesmo, peguei os meus pastéis e emocionado e comecei a comer os bichinhos tentando fazer eles renderem. Ali pensei: só faltava um vizinho de balcão bater no meu cotovelo o pastel emburacar goela a dentro como se fosse uma ostra.

Na volta, para não fugir do ritmo, outra furada. O ônibus que nos levaria de volta a Lisboa, o 15, não chegava nem a pau. A gente em pé ali esperando, já triste e abandonado de cansado, era quase seis horas da noite. Elba disse que se sentia como um torcedor lascado do Santa depois do fim do jogo.

Foram uns quarenta minutos de espera e aí decidimos pegar um outro ônibus que nos deixaria em uma estação de metrô e de lá pegaríamos o metrô e estaríamos em casa.

Foi o que fizemos.

Quando chegamos a Praça do Rossio a sensação de estar perto de casa já nos conforta. Além do mais é tudo muito alegre, grupos de diversas partes do mundo se apresentando nas calçadas, os bares e cafés cheios e aquele barulho de conversa animada tomando conta do ambiente.

Parei para assistir a um show do índios , que a princípio pensei serem norte-americanos. Tinha uma fogueira artificial no meio uma música bonita e a dança deles em torno da fogueira.
Comecei a filmar e aí um português embriagado começou a dançar atrapalhando o show deles. Foi uma onda, quase sai tapa.

Vejam o filme aqui >>>


A noite

No hotel, após o banho e o famoso lanche: vinho, pão (excelente!) e queijo de todas as formas e gostos e tendo descansado até as 21:30, estávamos prontos para ir à casa de fado. Decidimos pela Adega do Machado, uma casa que fica no Bairro Alto.

Para chegarmos a esta decisão foram alguns minutos de consulta aos livros, discussões sobre os prós e contras. Muitos minutos de explicação na recepção do hotel de como chegarmos lá, etc. Decididamente abriríamos mão do Alfama, pois já estivéramos lá ontem. Partiríamos portanto para conhecer o Bairro Alto.

Andamos um pouco até pegarmos os dois táxis – ah! hoje seria de táxi-, Antônio Carlos, Fabiana e Norma em um táxi e eu e Elba em outro. Quando o táxi deles dá a partida, em menos de um minuto, começa a mudar a direção. Paramos para entender o que se passava. O motorista em poucos minutos desfez tudo que havíamos combinado no hotel.

Convenceu o outro grupo a ir para uma outra casa que ficava no Alfama.

Fotos de Tonho da noite em Alfama, clique na imagem abaixo:
Noite Alfama - Fotos de Antônio Carlso Reinaux



Há uma prática que percebi entre o motorista e o restaurante , cada turista que ele leva deve ganhar alguma grana, pois este fez questão de nos deixar na porta do Del Rey, a casa de fado onde passaríamos a noite bebendo vinho e ouvindo um bom fado.

Fomos atendidos pela mesma japonesa que nos recepcionara ontem. Muito ativa e ágil nos conduziu para uma mesa onde poder-se-ia curtir a música.

Mas, para combinar com o dia as coisas não eram bem assim. Primeiro o grupo ao sentar na mesa já estava com 100 euros gastos. Eram 10 pelo show e mais de 10 de consumo obrigatório. Uma exploração arretada.

O de lascar era que vinha um cantor, cantava três músicas e depois iam lá se sentar. Após uma hora, onde obviamente eles esperavam que você consumisse, vinha outro cantor, mais duas ou três músicas e pronto. Foi assim a noite toda.

Decidimos que só consumiríamos os 50 a que fôramos obrigados a gastar. Pedimos uma sopa para cada e um vinho da casa.

Era visível a irritação da japonesa. Elba derramou vinho na toalha , e ela veio limpar dando rabissacas. Norma fez um comentário sobre a sopa de caldo verde – A minha empregada faz uma bem melhor! E pediu-se para esquentar as sopas que estavam geladas.

Bem, era fado e era em Lisboa. Tínhamos que relaxar e curtir.

Veja filme da 1 casa de fado aqui >>>
Veja filme da 2 casa de fado aqui >>>
Veja filme da 3 casa de fado aqui >>>
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domingo, 29 de abril de 2007

2 Lisboa - Primeiro dia: passeio logo que chegamos




Lisboa – 1o dia. Passeio logo após deixar as malas no hotel.

Chegamos e, no aeroporto mesmo, já compramos o Tourist Card, que significa uma grande economia para quem deseja cruzar a cidade sem se preocupar com custo de passagens de ônibus e metrôs, além de ter desconto na entrada das atrações turísticas.

O dia estava chuvoso, nosso Hotel, o Residencial Florescente, fica muito bem localizado, na Rua Porta de Santo Antão, bem próximo do coração de Lisboa, que é a Praça do Rossio e do Restauradores.

A nossa rua é, guardadas as devidas proporções, no estilo da Florida de Buenos Aires, não passa carro e é cheia de atrações : bares, teatro, restaurantes, comércio de frutas e queijos e a famosa Ginginha. A noite é um show de músicos de qualidade trocando seus talentos por alguns euros pingados.

Bem, a chuva não nos intimidou e saímos por ali caminhando a deriva. O que nos impressionava era a beleza das ruas,. Os casarões e prédios antigos, as praças, é tudo muito bonito. O clima frio é sempre a prova de que estamos fora da nossa terra.

Subimos o Beco do Carmo, paramos em um Shopping – a essa altura a fome, nossa velha companheira de viagem, já começava a dar seus sinais de inquietação.- depois subimos a Rua Garret que nos leva ao Largo do Chiado. O objetivo era encontra o famoso café e restaurante A Brasileira, com cento e tantos anos onde lá tem a estátua de Fernando Pessoa, o maior poeta deles, depois de Camões. Ao lado da estátua há um banquinho onde os turistas se sentam para tirar foto.

Como o restaurante só abria depois de meio dia e era ainda 11 horas, fomos forçados a dar uma caminhada para passar o tempo, e a fome aumentando. Há um belo prédio no Largo do Chiado que é o consulado do Brasil . Nossa elite sabe gastar bem o dinheiro dos contribuintes, pelo menos nessa área diplomática.

Chegamos, e eu contando os minutos para comer, Elba, recriminando a minha pressa. Eu olhava a porta de vidro do restaurante e os garçons e as garçonetes, comendo tranquilamente. Não estavam nem aí para nós. Isso deve ser culpa do sindicado que organiza e garante os direitos dos trabalhadores daqui.

Finalmente eles abrem e nós pedimos sopas como entrada e dois pratos de bacalhau. Havia uma salsicha bem temperada que era deliciosa. Tudo regado a um bom vinho, que para os nossos padrões, a grande maioria se encaixa nesse patamar de qualidade.


Voltamos para o Hotel felizes da vida.

A proposta era descansarmos um pouco e a noite iríamos ao Parreirinha da Alfama, uma casa de Fado recomendada por Zé Nivaldo e que fica no bairro do .....Alfama, claro.

Após o descanso fomos caminhando, deslumbrados pela beleza da cidade, passamos o Largo do Rossio e descemos a Rua Augusta, belíssima com seus arcos no início e no fim. A idéia de pegármos um ônibus ou táxi foi se diluindo até que de rua em rua chegamos lá no Alfama. Não é uma grande caminhada, mas à noite não me sinto seguro. O Parreirinha estava lotado e decidimos não ir para outro, pois Zé Nivaldo insistira que era esse o local.

Voltaríamos amanhã.

Ficamos peruando por ali até que decidimos voltar de ônibus para nosso hotel. Havíamos pago o Tourist Card foi para isso mesmo. O orçamento controlado por Elba não nos permitia certos luxos como táxis.

Na chegada, um pouco frustrados por não termos conhecido a casa de fado, a galera já ia passivamente entrando no hotel, foi quando insisti que deveríamos comer, nem que fosse uma bagette com uma taça de vinho.

Consegui convencer o grupo e paramos num bar em frente ao nosso hotel. Uma cerveja gelada, um bom atendimento e depois fomos dormir.

Para o segundo dia estava planejado – o que só depois viemos saber- uma verdadeira maratona turística: Começaríamos pelo Castelo de São Jorge, depois a Feira da Ladra, que só tinha naquele dia, dali nos mandaríamos para Belém, onde há o famoso pastel e a torre de Belém e o Mosteiro de São Jerônimo.

Vejam as fotos e filmes sobre o primeiro dia em Lisboa nos links abaixo:

Novo! Fotos de Tonho. Clique na imagem abaixo:

Lisboa 1 Primeiro Passeio Fotos de Antônio Carlos Reinaux


Fotos

Fotos do passeio, logo que chegamos aqui >>>


Fotos do ensaio fotográfico da janela do meu quarto aqui >>>
Fotos da saída à noite , no Alfama aqui>>>

Filmes aqui:

Parada para comprar morangos, que são deliciosos e baratos. Observem a música ao fundo, acho que é Billie Holliday, o casal de velhos, os turistas. A Rua Porta de Santo Antão ainda estava começando a se acordar.


Filme 0 aqui >>>

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Saindo da Rua Porta de Santo Antão para a Praça da Figueira, vizinha ao Largo do Rossio.

filme 1 aqui >>>
filme 2 aqui >>>

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Subindo a Rua do Carmo em direção ao café A Brasileira.


filme 1 aqui >>>

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Subindo a Rua Garret, em direção ao largo do Chiado.


filme aqui >>>

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O almoço no A Brasileira.

filme 1 >>>
filme 2 >>>
filme 3 >>>
filme 4 >>>

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Voltando de ônibos do Alfama
filme 1 aqui >>>

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1 Partida Recife-Lisboa


A viagem para Lisboa.

Estava munido de muita expectativa, ansiedade, algumas roupas – sempre organizadas por Elba-, e da máquina que Guilherme me deu, uma Kodak Z 710, de 7 MPixels, com zoom ótico 10X e tripé.

Havia a pretensão de além de curtir a viagem, registrá-la com fotos, textos e vídeos e publicar tudo em um blog.

Qual o sentido desse trabalho todo?

È que nós, eu e Elba, após anos e anos educando filhos e dando suporte para que eles construam seus destinos, havíamos decidido usar nossa poupança para viajar, batendo pernas pelos quatro cantos do mundo.

O faro de Guilherme, nosso filho mais novo morar e trabalhar nos EUA, tendo apenas dez dias de férias por ano, é uma variável a mais para a gente se encontrar nas viagens.

Assim, o registro de cada uma dessas viagens, além de compartilhar tudo com os parentes e amigos, serve como balizamento e estímulo para as outras que virão.

O vôo para Lisboa.


A turma: eu, Elba, Antônio Carlos, Fabiana e Norma. Dois casais acompanhados da sogra.

Saímos no horário certo apesar dos problemas em todos os aeroportos há poucos dias.

Norma, através de Ricardo, conseguiu viajar na classe executiva, e nós pobre mortais, fomos na econômica mesmo. Eu, como raramente consigo dormir, já vou preparado para ficar perambulando pelo avião. Ficar espremido naquela cadeira apertada, sem ter onde botar os meus pés com tênis Nº48, é um desafio arretado.

Registrei, só por fofoca, alguns vídeos de dentro do avião.

Notem que utilizei o mesmo recurso que Steven Spielberg utilizou em ET, naquela cena no início do filme, quando ele (E.T, não Spielberg) corre pela floresta. Pendurei a câmera no pescoço a filmei a movimentação dentro do avião, pois de outra forma iria constranger as pessoas.

Em um dos filmes há um cara, de estatura pequena,- uma forma educada de chamá-lo de baixinho- com os pés na parede a frente do seu assento. Esse é Zé Nivaldo, sócio de Marcelo na Makplan, gente boa e com um papo arretado para se curtir. Foi o que fizemos quando acordamos. Por coincidência a minha vizinha era uma dentista de Surubim, terra de Zé Nivaldo, aí foi aquele entrosamento. E tome estórias engraçadas.

Mas o que eu queria mesmo era registrar a minha enorme inveja de Zé Nivaldo, ali esparramado que nem um paxá, enquanto eu iria enfrentar uma noite sem dormir, onde o programa mais agradável seria ficar entre o banheiro e a copa, vendo o povo entrando e saindo do banheiro e a tripulação ali, de mal humor, te esperando sair para tirar um cochilo.

E foi o que fiz.

Medo mesmo de avião eu não tenho, mas na minha visão materialista, não deixo de pensar um pouco na extrema vulnerabilidade humana quando estamos a 10.000 metros de altura dentro de um deles. Um mecanismo de defesa contra a ansiedade gerada por esse pensamento tão pragmático é: primeiro, confiar nas estatísticas; e segundo, elogiar o enorme talento tecnológico do homem para fazer cosia incríveis e assustadoras, uma delas é botar um bicho pesado daquele para atravessar o Atlântico, cheio de gente e, ainda por cima, com janelas fechadas.

Bem, vejam os vídeos nos link abaixos:

Vídeo 1 >>>


e







Joao Rego